sexta-feira, 5 de julho de 2013

Precisos e requintados, estes são os relógios Roger Dubuis






Carlos Dias deixou Portugal pouco antes da revolução de Abril de 1974, para fugir do exército e poder estudar ciência política (o pai tinha uma pequena fábrica de motos e bicicletas). Já em Paris, foi ganhando a vida fazendo limpezas em prédios comerciais, tendo chegado depois a gerente de uma cadeia americana de hotéis. Nos anos 80, mudou-se para Perugia, na Itália, onde prosseguiu os estudos e acabou desenhando e comercializando os seus próprios móveis. Depois, e já em Bolonha, passou para as gravatas, os cintos, os sapatos e as camisas.

Numa passagem de ano em Genebra, conheceu a sua atual esposa, uma portuguesa radicada na Suíça e a sua vida nunca mais foi a mesma. Na Suíça, encontrou o ambiente perfeito para dar asas à sua antiga paixão por relógios. Em 1993 ajudou o seu amigo Franck Muller a lançar as bases da que é hoje uma das mais reputadas marcas de relógios da Suíça. Dois anos depois, Carlos Dias criou a sua própria empresa de relógios, a Roger Dubuis, que era o nome do mestre relojoeiro que contratou. 

O que aconteceu depois é quase história de filme. Em apenas uma década, Carlos Dias criou uma manufatura de alta relojoaria com dezenas de calibres próprios altamente complicados com o selo de qualidade Poinçon de Genève (uma certificação que ao longo do tempo se tornou um selo reconhecido mundialmente) e tirou a relojoaria suíça do classicismo em que estava mergulhada, criando um estilo extravagante que foi somando admiradores ilustres em todo o mundo, desde Vladimir Putin a Bill Clinton e George Bush, passando por George Clooney, Tom Cruise e Jô Soares, entre muitos outros. Muitos deles passaram pela fábrica, em Genebra, um edifício moderno e high-tech e cuja cantina era um dos melhores restaurantes da Suíça.

 

Seguem algumas preciosodades da marca


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A Roger Dubuis virou um fenômeno fashion à escala mundial. No dia de abertura, a loja de Tóquio faturou mais de cinco milhões de euros. Um dos segredos da marca, para além do tamanho avantajado dos relógios e da sua complexidade, é a exclusividade. Apenas são produzidos 28 exemplares de cada modelo, a preços que chegam a atingir as centenas de milhares de euros. A ideia dos 28 exemplares foi inspirada no sultão do Brunei, cliente de Carlos Dias e para quem aquele número trazia sorte. Trazia ao sultão e trouxe também ao empresário português que, em 2008, vendeu a maioria do capital da Roger Dubuis ao Richemont Group. Segundo algumas fontes, a transação teria atingido cerca de 850 milhões de euros.

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