segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Speake-Marin, uma homenagem à horologia.








O inglês Peter Speake-Marin originalmente tinha a intenção de fazer joias, mas foi seduzido pela arte e mecânica da relojoaria. Ele começou sua jornada pela relojoaria na Hackney Technical College de Londres (1985) e, em seguida, continuou seus estudos em WOSTEP (Watchmakers of Switzerland Training and Educational Program), prestigiada escola de relojoaria suíça.




Retornando à Inglaterra, Peter trabalhou para várias empresas em todo o Reino Unido antes de aceitar uma oferta para dirigir a prestigiada seção de relógios antigos na Somlo Antiques. Nessa loja ele teve o privilégio de restaurar relógios de grandes mestres e casas, incluindo Dent, Frodsham, Nielson, Breguet e Patek Philippe. O trabalho com estes tesouros da relojoaria ensinou-o como mestres do passado trabalhavam e alimentaram seu desejo de aumentar suas habilidades e conhecimentos ainda mais.

Peter voltou para a Suíça em 1996, e foi recrutado pela respeitada manufatura Renaud & Papi. Durante esse tempo, ele começou a adquirir seu próprio equipamento e construiu à mão, um relógio de bolso com turbilhão dois trens de potência. Este relógio tornou-se a inspiração para a fundação do seu próprio atelier independente, em 2000, na pitoresca aldeia de Rolle, entre Genebra e Lausanne, na Suíça.




O primeiro modelo a sair da oficina Speake-Marin foi chamado de "Piccadilly", porque, como Peter explica: "O tempo que gastei em Piccadilly continua a ser o período mais influente da minha carreira profissional." A experiência que ele ganhou lhe permitiu descobrir a grande variedade de métodos usados ​​pelos relojoeiros ao longo dos séculos, o melhor que Peter Speake-Marin traz para seus próprios projetos.

Com todas as suas criações, Peter Speake-Marin presta uma homenagem à tradição horológica.



























segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Baume et Mercier, requinte ao alcance de todos.









Em 1830, os irmãos Louis-Victor e Joseph-Célestin Baume fundaram a Baume Frères Watch, no pitoresco vilarejo de Les Bois, na região montanhosa de Jura, próximo a Berna na Suíça, passando a fabricar relógios com sua própria marca. A “Frères Baume” logo se tornou uma empresa relojoeira importante, graças ao talento comercial e aos rigorosos métodos industriais dos dois irmãos, que sempre seguiram estritamente seu lema: “Aceitar apenas a perfeição. Fabricar unicamente relógios da mais alta qualidade”.

Desde o princípio, o objetivo da companhia “Frères Baume” era fabricar relógios tradicionais de alta qualidade, enriquecidos com os mais novos avanços tecnológicos do momento. A família Baume também foi inovadora em termos comerciais, tendo um dos dois irmãos, Joseph-Célestin, aberto uma filial em Londres chamada “Baume Brothers”.  A Baume Brothers se expandiu rapidamente através do Império Britânico, da Índia à Cingapura, e da Birmânia até a África, tornando-se ainda pioneira na venda de relógios em mercados emergentes, tais como a Austrália e a Nova Zelândia.

Em 1876, quando a segunda geração assumiu o negócio, “Frères Baume” já havia conquistado uma sólida reputação internacional por seus relógios simples, seus cronógrafos e modelos com grandes complicações, que incluíam repetidores de minutos, calendários e tourbillons. Foram novamente dois irmãos, filhos do cofundador Louis-Victor, que assumiriam a direção da empresa.  Alcide Baume se encarregou da produção em Les Bois, enquanto Arthur Baume se instalou em Londres e se responsabilizou pelo marketing internacional. A empresa não tardou a abrir filiais em Genebra, na Suíça, bem como na Filadélfia, nos Estados Unidos.


Em 1918, com o fim da Primeira Guerra Mundial, mudanças radicais ocorreram na indústria, nas
artes e na sociedade em geral. A emancipação das mulheres levou-as a usar relógios de luxo como broches, em longos colares ou no pulso, uma tendência que se tornou possível graças à miniaturização dos movimentos dos relógios. Depois de confirmar sua utilidade em contexto militar, o relógio de pulso foi pouco a pouco substituindo o relógio de bolso na preferência masculina.
A Baume testemunhou o nascimento de uma nova geração, e o jovem William Baume, grande visionário e talentoso relojoeiro, estava ávido por tirar partido das novas oportunidades oferecidas pelo clima efervescente da época. Morando então em Genebra, decidiu estabelecer uma parceria com uma figura pitoresca chamada Tchereditchenko, que mais tarde veio a adotar o sobrenome francês materno e passou a ser conhecido pelo nome de Paul Mercier.
Nascido em Odessa, de pai russo, Paul Mercier era uma pessoa apaixonada e refinada, um grande amante da arte, que dominava sete línguas e possuía um excepcional discernimento para os negócios.
Apesar de seus temperamentos muito diferentes, embora complementares, os dois homens compartilhavam a mesma visão da relojoaria contemporânea, e decidiram unir suas forças em 1918, criando a Baume & Mercier. 

William Baume tratava dos aspectos técnicos, enquanto Paul Mercier era responsável pelo design e pelo lado comercial dos negócios. Juntos, estabeleceram uma manufatura de relógios capacitada em Genebra, que confeccionava relógios de primeira qualidade e movimentos que eram exportados para os Estados Unidos.
Em 1919, apenas um ano após o nascimento da empresa, os movimentos Baume & Mercier foram recompensados com o “Poinçon de Genève”, selo oficial de Genebra, a mais alta distinção da arte da relojoaria fina. Um ano e meio mais tarde, Baume & Mercier foi apontada como a marca de relógios tendo produzido o maior número de movimentos certificados por esse prestigioso selo de qualidade.
Em 1924, Baume & Mercier aparece na listagem oficial da indústria de relógios de Davoine, um registro de referência das empresas relojoeiras, como um dos quatro fabricantes estabelecidos em Genebra, junto com Patek Philippe, Vacheron Constantin e Haas Neveux. Focando firmemente na relojoaria de alta qualidade que combina a excelência técnica com um look contemporâneo, a empresa conheceu um rápido sucesso, apesar das graves crises que atingiram a indústria relojoeira suíça no início dos anos 20 e da quebra do mercado de ações de 1929.

O período entre o final de 1930 e 1950 testemunhou a passagem de bastão a uma nova personalidade
marcante na direção de Baume & Mercier, o Conde Constantin de Gorski.
William Baume retirou-se da empresa em 1935 por razões de saúde, e Paul Mercier vendeu suas ações em 1937 à família Ponti de célebres joalheiros e ourives do norte da Itália. Durante os anos 40 e ao longo da Segunda Guerra Mundial, os cronógrafos Baume & Mercier se tornaram relógios de predileção, e ainda hoje são muito procurados por colecionadores.
Em 1952, Baume & Mercier adquiriu novos recursos de produção para seus cronógrafos com a compra da fábrica C.H. Meylan na cidade de Le Brassus, no Vale de Joux. Em 1964, com o intuito de reforçar a identidade da marca, Baume & Mercier escolhe a letra “FI” como novo emblema visual da marca.
Conhecido desde a antiguidade como o “número do ouro”, por sua representação da proporção perfeita, o FI passou a figurar como logotipo da Baume & Mercier em todos os mostradores de seus relógios. Foi a partir dessa época que a Baume & Mercier adquiriu o status de marca de luxo acessível, que mantém até hoje.
A marca também acentuou sua abordagem vanguardista e inovadora, especialmente durante os anos 70.

Nos anos 80 o destino de Baume & Mercier dá uma nova guinada, quando o grupo de luxo que mais tarde se tornaria Richemont adquire a Piaget e a Baume & Mercier. No Grupo Richemont, Baume & Mercier adquire uma nova independência e uma vitalidade renovada. A marca faz prova de uma criatividade notável, introduzindo uma série de modelos em suas linhas de relógios de luxo, clássicos e esportivos: Catwalk (1997) relança o relógio de pulseira larga; Capeland (1998) se apresenta com ares aventureiros; e Hampton (1994) se torna um relógio clássico de aço retangular e o modelo mais importante da marca. Em 2002, Baume & Mercier dá um passo a mais rumo à autonomia, com a abertura de suas próprias oficinas em Les Brenets, na região suíça de Jura.  Isso representou uma verdadeira volta às origens em mais de um aspecto: um retorno da produção à região de Jura, berço da empresa Baume (embora a sede de Baume & Mercier tenha permanecido em Genebra) e um retorno a um modo de fabricação usado pelos Frères Baume durante o século XIX, conhecido como établissage (ou gestão de projetos), porém combinado com toda uma série de modernas vantagens.

Sempre fiel às suas origens, Baume & Mercier continua a oferecer uma gama de peças de relojoaria autênticas, com um toque contemporâneo, que integram a atenção ao detalhe, os padrões de alta qualidade e o respeito às regras da fina relojoaria, virtudes sobre as quais a empresa erigiu sua reputação internacional desde 1830.